Uso da pernada submersa nas largadas e viradas surgiu nos anos 1970, mas foi nas Olimpíadas de Seul-1988 que essa técnica se popularizou de vez, a ponto de obrigar a imposição de limites
Por Globoesporte.com — 09/06/2020
As Olimpíadas de Seul-1988 foram palco da consagração de uma das técnicas mais revolucionárias da história da natação. Foi quando a golfinhada, pernada típica do estilo borboleta, se popularizou como procedimento de largada nas provas de nado costas. O impacto foi tão grande que a Federação Internacional de Natação precisou impor limites ao uso dessa técnica.
O uso da golfinhada nas largadas e viradas submersas surgiu na década de 1970. Um dos pioneiros foi o porto-riquenho Jesse Vassallo, atleta olímpico nos Jogos de Los Angeles-1984. Essa técnica permitia que o nadador evitasse o atrito das ondas dos adversários e ganhasse mais velocidade embaixo d’água.
Em Seul-1988, a golfinhada chegou ao ápice da popularidade no nado costas. Na final da prova de 100m, nada menos que cinco competidores percorreram 25 metros ou mais embaixo d’água, na largada. O ganho de velocidade era nítido.
– Você nunca mais vai ver isso. Aquilo abriu os olhos de todo mundo: “Por que estão todos embaixo d’água, dando pernada e indo tão longe? Estão mais rápidos do que quem está na superfície”! Foi uma revelação, não só para o público, mas para treinadores e outros nadadores – explica Kim Bang-Hyun, nadador sul-coreano que disputou os Jogos Olímpicos de Atlanta-1996, Sydney-2000 e Atenas-2004.
– Fiquei submerso por apenas 25 metros na primeira prova. Eu sabia que David Berkoff tinha ficado embaixo d’água por 35 metros na primeira prova, porque eu tinha visto o vídeo. E isso significava que tínhamos uma diferença de dez metros. Então, (na final) minha estratégia era nadar 30 metros debaixo d’água – recorda Suzuki.
O impacto da nova técnica foi tão grande que a Federação Internacional de Desportos Aquáticos (Fina) interveio. Hoje em dia, o uso da golfinhada nas largadas e viradas só é permitido por uma distância máxima de 15 metros.